08 abril 2016

444 - Tanto afastamento

Um dia destes, num contacto telefónico rápido na véspera de Natal, o Zé Manel, bisneto do Pereirinha da Escola, neto da D. Virgínia da Escola e filho do saudoso Flavinho da Escola, disse-me que eu andava a escrever pouco. Fiquei admirado por ele visitar o Vilas das Taipas e concordei com ele, pois está à vista o meu desmazelo para com este sítio. No entanto ando desmazelado com tudo e mais alguma coisa e, com a exceção da última Assembleia da Turitermas, não tenho auscultado quase nada as "coisas das Taipas".

Não assisti à entrevista do Deputado Luís Soares ao Reflexo, não assisti a uma outra iniciativa no Avô João - que agora não me lembro o que foi - não participei no Funeral do Mendes dos Pneus, não assisti às Assembleias de Freguesia últimas, à apresentação do AntePlano do Projeto para requalificação do centro da Vila, não vou aos jogos do CCTaipas, não visito o Pavilhão do CART, etc, etc, etc.

Mas lá por não andar por aí, tal não significa que esteja um cidadão menos interessado das coisas das Taipas, é apenas porque não posso. Mas, por vezes, mesmo sem sair de casa vou sabendo das coisas. E vou ficando varado com algumas coisas que se passam.

Em Dezembro de 2011 o meu Médico de Família disse-me que "quem não tem Facebook, não existe" e - pensando que de uma receita médica se tratasse - aderi a essa coisa. Como no receituário não especificava a quantidade de tomas, quedei-me pela dúzia de amigos. Como diz o outro, poucos mas bons. De entre eles, além do homem da receita, consta o Lima Pereira que me vai surpreendendo com algumas coisas que lá põe. Quando se trata de política - e sendo ele um leitor/citador do Observador - não leio o que escreve, mas sigo com redobrada atenção tudo que se relaciona com a coletividade de que ele é presidente. Vi ontem uns desabafos que não entendi, mas que ele no final de jantar fez o favor de me vir explicar a casa. Só me resta dizer uma coisa: Lima, desculpa por ter feito parte daqueles que, há dez anos atrás, te incentivaram a aceitar a eleição. Tu não mereces tudo isto que te está a acontecer.

E eu vou andando por aí e, por solidariedade, também irei denunciando.

1 comentário:

Nela disse...

Olá Quim !
Tal como o Zézinho (desculpa, Senhor Doutor José Manuel Sousa) fiquei contente com o teu "assobio". É sempre bom ler as tuas assobiadelas, sobretudo quando tocas em assuntos relacionados com a nossa infância e os nossos Amigos, dessa época, de quem tanto gostávamos e que por mais anos que passem nunca os conseguiremos esquecer, foi o caso.
O Pereirinha da escola já não é do meu tempo. A filha Senhora Dona Virgínia e o Marido Senhor Sousa, esses sim. Aliás quem me preparou para o exame de admissão foi mesmo o Pai do Senhor Doutor Flávio (Flavinho da escola) e Avó do Zézinho.
Depois como posso esquecer a Senhora Dona Zulmira, sempre bem disposta e com imensa graça em tudo o que dizia. Era vê-los chegar às Taipas para uns dias de férias, "Na Terra onde a Lua fala", com os seus dois meninos para uns bons banhos na piscina e recuperarem forças para um novo ano de trabalho.
Há uma coisa que eu nunca soube ou então esqueci, porque a idade não perdoa. O Jorginho e o Zé Manel chamavam a um amigo deles, não vou dizer o nome, o das Violinhas, será que esse tal "das Violinhas" me sabe dizer porquê?
Como me lembro bem de o casal se encostar ao balcão do bar com a nossa Mãe a saber notícias (não havia Reflexo) do ano que tinha passado. Parece que estou a ouvir :- Ó Sarinha o que é feito do fulano? e da fulana?
Como viviam no Barreiro e não havia telemóveis, não dava para saber certas novidades e como a amizade era muita aproveitavam as férias para ficarem informados do que a nossa Mãe sabia e podia contar.
Mais tarde já eu trabalhava em Braga e salvo erro em setembro vinham passar mais uns dias, mas desta vez hospedavam-se na Residencial S. Marcos,em Braga, para a Senhora Dona Zulmira, ficar perto da Mãe e da Mana Gracinha e assim matarem saudades e darem os suas passeatas.
No fim do almoço tomavam o seu café na Brasileira e eu lá aparecia para conversarmos um bocadinho, que saudades eu tenho desses belos momentos e de muitos outros.
Tenho uma história muito muito engraçada que se passou com a Senhora dona Zulmira, que não resisto a contar. A Senhora nas férias, cá no norte, fez um casaco para um dos filhos, fomos a uma casa da Vila para comprar uns botões para o dito cujo, mas como não encontrou bem o que queria, com o ar mais natural que se pode imaginar disse: - Não se preocupe, o casaco não é para vestir agora, eu segunda-feira vou a Lisboa e compro.
O que o Senhor pensou não sei, mas não devia ser nada simpático.
Como a Senhora estava de regresso ao Barreiro, pois as férias estavam terminadas e logo na segunda feira iria a Lisboa comprava lá os botões.
Quando saímos da loja rimos, rimos, pois achamos que o Senhor devia pensar que a Senhora Dona Zulmira ia das Taipas a Lisboa de propósito comprar os botões.
De todas as vezes que nos encontrávamos, esta passagem era relembrada e riamos como no dia em que ela se passou.
Um abraço por me trazeres estas coisas boas à memória.
Nela